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Lume

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Omni Ser Uno Síssimo

para E.E. Cummings, Isadora M. e todos nós


umas parvas parcas falhas outras
várias malhas caras caem livres
mais declives criam mais gritantes
formas de embriões, embebem cores mais sutis

plácidos valquímeros calcantes pesam
vibram, arre, pendem dum cabresto externo
canticíssimos se rendem a querer e a suspeitar
nas quinas todas químicas que me se tornariam, ora
ela na cena das calmárias queimantões amores

vértices de muitos véus se encristam
desêjosos de tato e virtude ao ponto 
chave da partida do constante ziguezague
dos curvículos reticentinos alpinistas

do criar-te-nos um istmo dentre quais sombras
sobras distorcidas coloradas idas fotodescendentes
piscam dum calar num carcarejo vivical
polivativamente e tal, cantante (por que não?)

seguintemente os primos, prímeiros palquistas
consequentemente sincompõem meiguices
inarticuláveis tons coreografadamente líquidos
milagres, com se tudo embrenhar-se-ão por vezes
na inverdade mista de verdades câmbias e cambotas


bem, sabemos, mas não bem exatamente
quantas certamente se fariam possibilidades
se um se prestasse a lançar-se a fazer
muito bem daquilo que se quisesse e contemplasse

a magnitude cálida e dançante
dos quês inúmeríssimos que advêm
do Omni Ser Uno Síssimo
Lúcia de Glória e Conceição Sofia. 

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Vingança da Chuva


Eu não tô aqui pra lhe dizer de ninguém
eu só quero ter
como este rio me tem ou como o tenho eu
quando eu lhe mergulho a pele
e lhe dou nova forma.

E eu só tô aqui pra dizer 'sim'
como este rio me diz
quando me acaricia a pele
e me permite nadar em suas águas mais mornas

E eu que fluído vou
crente naquilo que este rio me disse
que o destino que me cabe é de chorar
e de chover sobre os telhados de casas-senhoras
e de regá-los

E a trova trovão
que o meu coração retumbante pensou
no punho do Não
e o sopro de fogo a fazer-me vapor
quis esclarecer
eu quis mediador, conselheiro e ladrão
me contradizer

Espere tão logo
eu me descondensar e cair
na voz tempestuosa da chuva
que molha sua flor
e todas as outras flores que por ventura eu vir
vão banhar-se de mim.