O abismo em que eu habito
o hábito do apito, o hálito do grito
o típico sorriso e o pátio sem meninos
Meu ávido respiro, vívido, esquisito
circo dos malditos, válidos vestidos
visto em quatro, cinco, sete ritmos
Vivo desses giros, viro muito mais
dos brios dos bandidos e outros vícios
antepastos, anticristos e cristais sadios.
Queira que melhore; florem dois botôes
à beira dos alforges e se movem solidões
dentre os maiores porres dos sertôes.
Dormem as meninas,
perdem-se a sonhar
e nos seus sonhos há
outras meninas.
Ponho aquilo que quiçá seria
meu castelo de quimeras lindas,
meu castelo de quimeras lindas,
elo de eras púrpuras e vindas,
no meu bolso com pedrinhas e algodôes.
Sigo no deserto à luz do céu onde eu enxergo
teu sorriso, moça. Sim, que ele é o céu
que eu vejo, que eu desejo e que não pego.
O céu cujas estrelas
guiam-me o caminho
e moldam meu espírito.