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Lume

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A Pele do Universo

A pele do Universo
 - com a qual nossa consciência nos põe em contato -
transpira signos; deuses.

É mister alfabetizar-se em sua linguagem pluralística...
É preciso traduzir a tez do divino à linguagem mundana...

Os olhos do Mundo
não apenas enxergam as cores e as coisas.
Deliberadamente aos objetos - opacos ou luminosos -
a consciência do Mundo à própria luz 
ao ver-se altivamente lhes deduz dizeres,
ao verde expõe-se às plumas,  seduzindo-se ímãs
ao ser-se, se traduz em brilho,                                                          altezas
                                                                         texto-tato, faro,
conduz-se a ir-se em sinestésicos sabores, 
e produz indizíveis muitas outras cores: versos.

Eu aprendiz,
concentro-me naquilo que, 
penso que me diga o Cosmo e escuto 
e vejo se condiz co'aquilo que Ele mesmo 
quer Sim pronunciar quando é minha voz.

Feliz, muito felizmente
o Seu discurso é sempre coerente
a quem faça atenção presente. Há quem O tente.

(!)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Quatro Amores

O espaço, e ainda mais, a imantada matéria
dos clímaxes sonoros, lúdicos, luminecentes,
num salto - fogo - celebrar-se-ão mais vidas;
produzirão reflexo, espelho, d'alma, ventre.

Depois ao tempo encontrarão; às duras horas,
serão mais níveis de percepção: limite, cura...
Em riste hei sempre preso entre um porvir momento
e um indo, ido, feito, fato: perconcluso o sempre agora.

Questões aéreas surgem repentinamente;
creio que do conflito dos porquês, das crises.
Explicam-se, replicam-se, desmentem-se e repetem-se.
O ar que à terra aos poucos faz leve poeira, 
que ao fogo excita-se ou consome-se conforme queira.

E a água vem lavando tudo, remixando
fluidificando máculas, dissolve, envolve e chove.
Sem água, tudo seria metal e névoas, 
quem sabe rocha aqui, pedra de lá;
sem água não seria possível Pétalas.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Segredo de Vívian


sim, pois bem, e os impropérios ditos
simples que os morrendos metem na dulcilidade
de inocentes bem-serventes límpidas palavras
e fazem furacões de caos em torno do viver

é simples, eu repito, o segredo de Vívian
talvez tão simples que o negueis, primeiro, ao vê-lo
não credes pois que haveis atônitos ao diante
de uma supostamente atraente complexidade

há dois - sabemos - seres a se contemplar
o ir-e-vir redondo dos nossos nasceres
e não há mais morreres porque tal fenômeno
se dá nascendo noutro plano, oitava, andar

deveis olhar profundo nos temores-chave
devei-lhes encarar soberbamente as fuças
e adentro mais ainda até que se embaracem
e assumam que tão bem maior temer-vos-iam

ceder jamais devemos a treva nenhuma
tenhais passado fome, sede, frio ou vício
tenhais gritado um nome mau, tenhais descrido
sabei, por bem, que luz jamais há de faltar

mergulha, dócil, na  tua palavr-a-mór
desnuda o cógito nesta uma nova em folhaflor
não olhes Luz diretamente, olhar em vez
na mesma direção a que ela aponta, vês?
deixá-la guiar-te a vista e não cegueis tu'alma

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Lógica Poética Dele

Deixe-me, em poucas palavras, colocar
que Deus (escolho essa palavra justamente
por sua polemicidade) existe.

Com uma boa dosagem 
de lingueslasticidade
lá se chega.

Conciliarei, conciso, em forma 
de poesia (a forma
de texto mais eloquentista
que o Homem jamais conseguiu
produzir)
Ciência (dentro dos conceitos
mais limitadíssimos
que o popular de nossa 
época repõem)
e (não direi Religião
porque a própria ciência
moderna cabe dentro
de sua definição)
Ele.


Tomem por verdade
(pelo silogismo do meu verso)
que Tudo, no começo das contas
é composto da mesmissississima coisa... -
tenhamos por variáveis 
da equação poética
algo como Nêutrons Prótons e Elétrons (falando assim num dialeto mais universal) - 
e, ora, se tudo é o Mesmo,
esse tudo se comportam mais ou menos
dentro de um padrão.
Portanto pode-se tomar qualquer coisíssima
de exemplo.

Tomemos, pois
a Nós, então, por julgar que nos conhecemos
ou nos devemos conhecer:

Dum padrão, então
muito garranchadamente delineado
poder-se-ia alegar que Tudo nasce,
reproduz-se, e morre (Brahma Vishnu Shiva).
Né?

E então digamos que nós cremos
que temos uma tal suposta consciência -
a qual é muito erroneamente confundida amiúde
com a nossa superacelerada capacidade
de cognicão.
(ao sustentar tal ideia, falaciosos
afirmam muito idiotamente que, tipo,
animais não têm consciência, sendo que
do pressuposto di vino, até mesmo a pedra a tem.

Se nós, que nos dizemos evolucionistas e tal
racionalistas, sei lá (ignorando a possibilidade 
da ainda extrema limitacionalidade da nossa amada raz(n)ão)
dispomos dessa qual consciência, seria, não acham?,
 demasiada presunção
(maior do que a que eu tenha ao cá redigir essas letras)
negar que a nossa vontadeconsciente seja fruto de umoutra.
E achar que somos bizarramente os primeiros
mesmo  tão pequeninos sejamos.

Há algo maior que a minha testa e o meu corpo. E há algo que os atravessa. Uma ideia.
e Há.

Desculpem-me qualquer ofensa mas:
Burrice a deles! Muita empáfia e descrença de alguns...


Quem tiver ouvidos, ouça!