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Lume

quinta-feira, 1 de julho de 2010

A Vingança da Chuva


Eu não tô aqui pra lhe dizer de ninguém
eu só quero ter
como este rio me tem ou como o tenho eu
quando eu lhe mergulho a pele
e lhe dou nova forma.

E eu só tô aqui pra dizer 'sim'
como este rio me diz
quando me acaricia a pele
e me permite nadar em suas águas mais mornas

E eu que fluído vou
crente naquilo que este rio me disse
que o destino que me cabe é de chorar
e de chover sobre os telhados de casas-senhoras
e de regá-los

E a trova trovão
que o meu coração retumbante pensou
no punho do Não
e o sopro de fogo a fazer-me vapor
quis esclarecer
eu quis mediador, conselheiro e ladrão
me contradizer

Espere tão logo
eu me descondensar e cair
na voz tempestuosa da chuva
que molha sua flor
e todas as outras flores que por ventura eu vir
vão banhar-se de mim.

3 comentários:

Unknown disse...

conrado,

esse seu rio é corrente.
me encaudalou em cheio, caudaloso que foi.

obrigada!

bjs,

i

Diego Barbosa disse...

ainda sem palavras, mas um terço emotivo e dois terços emocionado.
um beijo.

Anônimo disse...

a água é a mais elástica matéria.