Sou pequeno. Feno que se serve
de alimento às pastagens santas
da Eternidade.
Sou uma
pequena ampulheta
com asas.
Sou brasa.
Química que esvai-se em várias
faces e sabores. O doce e o amargo
de minh'alma salgam e salivam
boca de qualquer estrela ao Leste.
Sou ponto, círculo, roda, rota
colisão de sinos.
Sou pronto, ríspido
em notas e factíveis ângulos
meta
giro
outono, inverno.
Crio-me e descreio
o meio, o devaneio todo
que insistiu em vir não sem sinceridade.
Visgo, resma, sobra, sombra
de intenção à meia luz insinuada.
Fada, foda, armada em dentes reluzentes
ventres de três mil mulheres.
Molha, beija, enrola tua língua à minha
como fiz com tantos, tantas, muitas taras
de algum outro fosse meu.
Queimo, brando, manso, embora
a fera esteja à solta, danço com tuas esquinas
quatro vezes no entre-espaço de um olhar. Viveu.
Peço, nego, gozo cinco, seis, sete mil vezes
essas vezes que nem sei
não me pergunte como aconteceu.
Vago, cego, certo, entregue, imberbe
deixo mais que se encarregue
quem mo atribui.
Eu sou referência ao outro
que sou eu também num outro
andar-perspectiva.
Eu sou espermatozóide breve
numa gozada cósmica bem dada
em busca de celeste ovulação.
Sou Sim,
não Não.