Amo-te imenso, amo-te intenso, te amo.
Amo-te em corpo violento, enorme,
amo-te em grandes estruturas fortes,
de um jeito parvo, genial, insano.
Sou todo amor e dele todos tenho,
sendo-te escravo, amante, irmão, amigo,
sendo contigo um rei dolente e reto,
guardo-te afeto, fome, pulso, espírito.
Tu és meu grito, meu maior silêncio.
És no que penso e se te penso, sou.
Amo-te, eu sei, e essa é minha sorte.
Só de te ver, amada, a alma escorre
em rios, quedas d'água multicor
e meu amar-te muito é minha morte.
(Cândido Cordeiro)
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