e feliz acontecendo limitavelmente terra)
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Lume
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
e feliz acontecendo limitavelmente terra)
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Morada de Altares (música)
deves despir-te, deves calar
Se queres de mim conhecer fortaleza
deves abrir-te, deves cantar
Meu corpo é, ainda que frágil,
morada de altares, lugares tão meus!,
e onde quer que a beleza tocar
estarei também eu
Eu tenho o sorriso, um escudo sincero
e sua dureza é impenetrável
Eu tenho uma flecha certeira
austera qual inabalável poesia
de pele suave, macia: a voz
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Diventarci
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Se Atado ao Peso (letra)
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
yes is a pleasant country
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
when faces called flowers float out of the ground
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Qual terá sido o tempo?
sem nem degradê, e os frâmes
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
A Pele do Universo
texto-tato, faro,
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Quatro Amores
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
O Segredo de Vívian
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
A Lógica Poética Dele
Tomemos, pois
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Omni Ser Uno Síssimo
quinta-feira, 1 de julho de 2010
A Vingança da Chuva
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Varredura
quinta-feira, 10 de junho de 2010
embora a lusofonia,
o código do qual lanço mão,
tenha-lhes querido impor um.
ora, hão de me indagar
se este Deus unífico
magnífico
sendo inesgotavelmente
fecundo como é
não teria, todavia
um sexo.
eu respondo:
simnão.
sim,
porque Êle os contém
(só Êste Deus
Meta
Prolífico
Físico
é verdadeiramente capaz de algo conter)
e não
pois o sexo, juntamente com o resto
de todas as outras coisas-estado
sem exceção,
é que emprestam de Deus a divindade do Ser,
transformando-se, por sua vez
nos mais diversos
fenômenos mágicos, belos
do Si Universo contenedor de universos
de onde desabrocham versos
como galaxiflores em suspiro.
o Poeta sim,
pode,
eventualmente,
ter sexo.
(alguém por aí já reparou que o Não
sempre carece mais de argumento
e de rebusque do que o sim?
a treva se pensa maior do que a Luz
porque a tudo acolhe, ingnorante
de que na Luz se vai onde a treva
não pode enxergar
aliás,
a treva nada enxerga
além da própria
autófaga escuridão)
Pois bem, e o Tempo
- a medida dessa nossa vitrual
couraça de carne mortal,
um dos algozes de Deus -
precoce, doce, manso
não escraviza o Poeta
porque o Poeta se sabe
ter emprestado o indelével
espírito Seu cosmonírico
e também sabe ter-se
deitado consigo,
no incesto do Atempo,
a Poesia
- essa dama mutante
em beleza
essa musa que posa
de brincos
no desabrochar
de cada momento:
essa sim
possui, para mim,
género.
não, reitero,
o Tempo não
escraviza o Poeta
porque Tempo e Poeta
se ombreiam numa batalha epopeica
ainda sem vencedor
entretudo, o poeta compreende
que a história
o passado o futuro e o presente
se escondem, misturam
componentes
do Agora que dança.
por sempre criança
recém-nascido
de si mesmo
como Êle
como o Poema
e ambos, Poeta e Tempo
se curvam diante de Deus
que, autogâmico, recria-Se
perenemente em cada dobradiça
onde o Espaço e o Tempo
dão-se as mãos
e se curvam numa cordial respeitosa
reverência ao Poesíata:
nosso mais gentilíssimo concebedor;
de cuj'alma nós somos apenas partícula.
O poeta, então, se ergue de pé diante Dele
e Este
lhe sorri
com os Olhos.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
sou uma igrejinha(não grande catedral)
distante do esplendor e da sordidez das cidades corridas
- eu não me preocupo se dias mais breves tornam-se os mais breves,
eu não me lamento quando sol e chuva compõem abril
minha vida é a vida da colheita e da semeadura;
as minhas preces são as preces dos desgraciosamente esforçados filhos
(achando e perdendo e sorrindo e chorando)da terra
de quem qualquer desventura ou gozo é meu próprio descontentamento ou sorriso
à minha volta surge um milagre de incessantes
nasceres e glórias e mortes e ressurreições:
sobre meu eu que dorme há flutuantes símbolos que flamejam
de esperança,e eu desperto para uma perfeita paciência de montanhas
sou uma igrejinha(distante do mundo
frenético com seus deleites e angústias)em paz com natureza
- eu não me preocupo se noites mais longas serão as mais longas;
eu não me lamento quando o silêncio se faz canção
inverno por primavera, eu levanto minha torre diminuta ao
misericordioso Ele Cujo único agora é o sempre:
eis-me ereto à livre de morte verdade de Sua presença
(dando as boas vindas humilde, à Sua luz e orgulhoso, à sua escuridão)
texto por: E. E. Cummings
tradução: Conrado Segal
sexta-feira, 28 de maio de 2010
acaba com a pós-modernidade
porque a pós-modernidade está acabando comigo;
essa cria dúbia, dilacerante
sina de viver após a modernidade.
Deus:
porque de todas as palavras santificadas
que eu tenha ouvido, inventado
eis a que escolhi pra dar mais força
e significado.
Deus que é meu Pai
meu Irmão Amigo
Filho mais amado,
estende a tua mão a guiar-me o caminho
outrora perdido. O caminho
de caminhar com exatidão ainda
que seja no chão da mudança.
Deus que é Deusa
e se faz mulher que é
fecunda e se faz vaidosa
geniosa, p'rigosa -
nåo cries, Deus que é mãe do mundo,
ressentimento de nós, homossapiens
porque há pouca coisa no mundo que me afaste
como uma Mulher ressentida. Suplico
que tenhas, em vez, a ternura
e a misericórdia
que tiveste no coração de Maria, Tua mãe
ao ver-Te Jesus, crucifixo.
E é por Te amar assim e amar
o que há de Ti em mim em nós
em tudo que há, é que eu, que prossigo
a fitar-Te o semblante magnífico
como se fitasse a mim mesmo no espelho,
Te peço em canto,
que acabes co'a pós-
Modernidade.
Essa mulher torpe do diacho maligno
deflorando da criança o corpo
num demônio em flor.
Devolve-nos, Ó Deus de deuses
e titãs e orixás e de mães e de pais
de profetas
e magos e reis
Ó Deus tão maior que a imensa solidão
lucidez dos Poetas
Cura-nos, Deus
Pajé
Sara-nos essa escabrosa ferida
antes que a fera da treva Nos envolva em silêncio.
Eu respeito, meu Deus, o silêncio magnânimo
de que só a Tua voz é capaz, Deus bonito,
mas insisto em cantar,
e é num canto oração
que barganho a canção de mais dez novas eras
de mais brilho mais luz
para que aqui se possa
cantar em louvor
ao Amor que só Nós conhecemos.
Por isso, ao dedo de Deus
que se faz no topo
da espiral do tempo
eu imploro que interceda e socorra
e que ajude a subjugar essa dúvida escura
essa empáfica descrença em Ti em Nós em Tudo
que se alastra e nos come e vomita perdidos
no abismo da falta de Significado e nos embebe
na tamanha escuridão onde a Luz é uma ofensa, uma mágoa:
maculada cegueira dos que olharam demais
e não viram florir Teu Amor, Ó meu Deus.
E eu canto, ajoelho-me e espero
a esperança brotar no meu ventre
e no seu e no vosso e que a Måe da bonança,
que é a Terra e o Vento e é o Fogo
que é o Ventre mais morno, o conforto das águas
mais calmas. E que é água e que é água e que é água
o Teu universo único de liquescências.
E eu espero o findar da pós-modernidade
e em verdade encontrar-me pra nós o realismo
mais sóbrio e abrupto de ser-se um romântico
e cantar-se o cantar-Nos
e o nosso negócio há de ser Te cantar
e louvar e adorar e permitir que cantes
também Tu, Ó meu Deus
em uníssono.
E dancemos, meu Deus uma valsa infinita e transcendental
numa eterna celebração do dia fatal em que fizemos as pazes
e acabamos com a pós-modernidade
em prol da unidade.
Festejemos conosco, nosso Deus de regalos e mimos
os diágolos íntimos e as verdades mais sábias do Teu
Reino de Amor.
Me ajuda, meu Deus a ajudar minha raça
a sair do poço trevoso e lamacento da pós-modernidade
e a sermo-nos ora aquela luminosa clareira pacífica
que antevi na utopia do canto.
Acaba, pelo Teu pelo Nosso Amor de meu Deus
com a pós-modernidade
porque a pós-modernidade está acabando comigo; conosco.
terça-feira, 4 de maio de 2010
olha
a ti tocaram-te
e à mornidão e à áspera
pequenez
-vês?não remontam meus
dedos. Meus pulsos mãos
os quais retiveram carinhosamente o suave silêncio
de ti(e teu corpo
sorriso olhos pés mãos)
são diferentes
do que foram outrora. Meus braços
em que tudo de ti se dobra
quieto,como uma
folha ou'ma flor
nova feita pela Primavera
Ela própria, não são mais meus
braços. Eu não mais reconheço
como eu mesmo este que acho ante a
mim num espelho. eu
não creio
que eu jamais tenha visto algo assim;
alguém a quem tu amas
que é bem mais esguio
mais alto que
eu adentrou-se e tornou-se tais
lábios com quais eu falava,
uma nova pessoa está viva e
faz gesto com os meus
ou talvez sejas tu quem
com a minha voz
estás
jogando.
tradução por Conrado Segal
Ora eu deito(com tudo o que há em volta)
-me(o grande mudo som profundo
da chuva;e do sempre e do nada)e
que mais gentilmente acolhedora escurissimidão-
ora eu deito-me(num muitíssimo agudo
mais que música)sentindo que a luz solar é
(vida e dia são)tão somente empréstimo:enquanto
que noite é-nos dada(noite e morte e a chuva
são dadas;e dada nos é quão belamente neve)
agora eu deito-me para sonhar(nada
que eu ou quem queira ou você
possa começar a começar a imaginar)
algo que ninguém pode manter.
ora eu deito-me para sonhar Primavera.
tradução estilística por Conrado Segal
http://famouspoetsandpoems.com/poets/e__e__cummings/poems/14339
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Sustentabilidade
numa metaviagem
Numa jornada já não sem saudade
em busca de preciosidades
e de pura linguagem
"Cru e nu como vim ao mundo", pensou
"Sem mais apetrechos ou vestes fantasmas",
caminhou com calma
Destino: algo incerto - nada muito perto
estrata tortuosa
Para por fim tecer-se um véu de lindezas
em poesia lustrosa
De um seu espírito colecionador
se valeu muito embora
quisesse apenas coletar as pequenas
miudezas da vida
Dos sítios d'alma dentre os quais visitou
trouxe algumas palavras
Palavras que, frágeis de um quebracabeça,
são carícia e navalha
- pra além de Sodoma, depois de Gomorra
transpondo o muro das Verdades e o abismo dos Esquecimentos
onde os germes ruminam e a gênese abunda -
e semear-se.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
The Moment in Movement (O Momento em Movimento)
So there it goes:
The Moment in Movement
The hence passway counter-time
is configured up to eternity
All Iime is anti-time
They corroborate and selfnullify
for Time in extension
does not pass.
Space unfolds
selfreprojectingly through
the dimension of time
in order to apprehend itself
within a new second
Thus for equity
be consecrated eternal.
(and existing becomes
some sort of velocity)
That: may be called dance, interaction
and all the rest refers to its gravity.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Infinito Recipiente
janelas certas, diretas
por través das quais se contemplar
e conceber-se infinitos.
Estai atentos, tende olhos,
focai!, não tenhais medo ou receio
daquilo que os covardes
temem e
tendem a
chamar loucura ao negarem
o Gênio.
E cuidado a não terdes
a impressão que a entrega
se dá à exaustão da subida. Do contrário:
é, na verdade, uma confortante
e deleitosa (sem para)queda(s).
Sabereis vos dar a ela?
Tereis no peito a bravura, ao acharde-la,
de vos lançardes da janela,
de cujo parapeito admirais,
atônitos, rumo ao glorioso,
imponente infinito recipiente?
terça-feira, 30 de março de 2010
Réquiem precipitado à suposta morte da Poesia
Ao ouvi-lo, recuso-me terminantemente
a aceitar o fato. Rejeito, edipiano,
a ideia de cortar o cordão
umbilical.
Se me mostram o corpo,
serei como a amante mais desconsolada
ou como criança cujo pai
caiu sem vida.
Chorarei, espernearei,
lamentarei um luto infindável.
Velar-lhe-ei a necrose
num pranto de sete eras
e declararei guerra a Deus.
Eu o farei.
Ainda que a Poesia
tivesse sido puta barata,
que se vendesse a pouco
ou a quase que nada.
Mesmo que tivesse sido
uma virgem frágil, facilmente corrutível,
que se umedece ao primeiro toque da mão
e diz que não
que quer que não que quer.
E mesmo sendo o Poeta um mendigo,
um amigo pidão.
Neste mundo de sombras,
e tantas glórias silenciosas,
o Poeta implora
a esmola de dois minutos sinceros
da tua atenção.